domingo, 11 de agosto de 2013
Considerações sobre o Livro “O Novo Homem” de Louis Claude de Saint Martin. (Palestra feita para a festa de aniversario da Heptada Martinista São Gonçalo)
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Para nós, seres humanos que vivemos no mundo das quatro dimensões do espaço/tempo, essa realidade é um fato indiscutível. Abrimos os olhos e vemos o mundo a nossa volta, ligamos o radio e ouvimos as ultimas noticias, levantamos da cama e sentimos os pés tocarem o chão, respiramos fundo e sentimos o cheirinho do café fresquinho vindo da cozinha, escovamos os dentes e sentimos o sabor refrescante de menta da pasta de dentes. Estamos presos às informações de nossos sentidos físicos. Mas será que nisso reside tudo?
Se você alguma vez já se questionou a esse respeito, significa que não está satisfeito com as respostas dadas pelos sentidos. Por mais que confiemos neles, sempre nos resta aquela duvida, basta fazer um daqueles pequenos testes de ilusão de ótica que encontramos na internet pra perceber o quão falho é nosso sistema sensorial...
As vezes demoramos a perceber certas coisas que estão a frente de nossos narizes. Por que? Por causa de nosso ponto de referencia. Nossa atenção filtra certas coisas que não nos interessa naquele momento de tal modo que nos tornamos cegos para elas. Não vermos algo não significa que não exista. E se vemos algo, ele existe pois o criamos, esse algo existe somente para mim e para aqueles que estão dispostos a vê-lo. O que acontece é que na “realidade relativa” em que estamos todos imersos, estamos todos dispostos a perceber as coisas da mesma forma.
Isso me leva a pensar que, poderia haver uma outra realidade alem dessa em que vivemos? E eu me respondo: Sim. Mas como seria essa outra realidade, ou melhor, como seriam essas outras realidades? Não sei, mas posso imaginar... Mas imaginar não me responde as perguntas. Seria necessário ao ser humano o desenvolvimento de um novo modo sensorial, a fim de perceber outras ”realidades”.
“...o olho do homem dos sentidos está profundamente fechado para a base absoluta de tudo que é verdadeiro e de tudo que é transcendental. E mesmo a razão que hoje queremos elevar ao trono como legisladora é tão somente a razão dos sentidos, cuja luz difere da luz transcendental como a chama da madeira apodrecida difere da luz do sol.
A verdade absoluta não existe para o homem dos sentidos, mas unicamente para o homem interior e espiritual, que possui um sensorium próprio; ou, para dizer de maneira mais clara, que possui um sentido interior para perceber a verdade absoluta do mundo transcendental...
Esse sentido interior do homem espiritual, esse sensorium de um mundo metafísico, infelizmente ainda não é conhecido por aqueles que estão fora...
Mas como poderia ser de outro modo? Para ver é preciso ter olhos; para ouvir, ouvidos. Todo objeto sensível requer o seu sentido. Assim é que o objeto transcendental também requer o seu sensorium, e este sensorium está fechado na maioria dos homens...”
Karl Von ECKARTSHAUSEN, no livro Nuvem Sobre o Santuario*
Falando por mim, estou longe de ter desenvolvido tal sensorium, mas ao menos vislumbro a possibilidade de sua existência. A deusa Maya, ou seja, o “universo material” a “Mãe da Criação” ou ainda pros íntimos simplesmente ilusão vai ser cultuada ainda por muito tempo.
Aere Perennius
* Editora Diffusion Rosicrucienne
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Reflexões Sobre os Números
O dois é a divisão dessa unidade. Poderia ser o surgimento de outra unidade? Creio que não, pois como a unidade é absoluta não poderia existir outra igual, portanto a díade é uma divisão. A unidade agora assume dois aspectos. É a consciência de bem e mal, certo e errado, a percepção de preto e branco, perto e longe, ou seja, toda a manifestação dual do universo.
O três é a relação entre os dois pólos da díade, que gera manifestação. Aliás, a tríade é necessariamente resultado dessa relação, pois um terceiro ponto surge da interação entre os outros dois. A corrente elétrica é a energia circulante de um pólo com mais carga para um outro com menos carga. O filho é o resultado da união sexual entre a mãe e o pai, ou mais especificamente falando do embrião, que é formado pela união do espermatozóide com o óvulo, unidos no útero.
O quatro é a estabilidade do sistema. Um pequeno equilíbrio entre duas partes. É o circuito elétrico em funcionamento. é o pai e a mãe cuidando do filho. E o presidente que foi eleito e mantem, seu governo.
O cinco é o movimento. O equilíbrio foi desfeito. O filho cresceu e saiu de casa. Houve um curto circuito no sistema elétrico. Com o cinco temos o homem em movimento e surge a noção de tempo.
O equilíbrio retorna ao seis, mas agora ele é dinâmico. 2 X 3 = 6, ou seja, a tríade do espírito em equilíbrio com a tríade da materia, o macrocosmo e o microcosmo. O caos aparente do universo equilibrado por suas leis naturais.
O sete unindo a estabilidade do quatro, com a lei divina do triangulo, forma o ciclo ideal, o poder cósmico.
O Oito encontra novamente um equilíbrio, agora uma harmonia entre opostos, lei de causa e efeito, um ajustamento da natureza, que independente de padrões humanos de ética ou moralidade respeita uma lei de compensação.
O Nove sendo a manifestação do três (3X3) poderia ser a base, ou o modelo arquetípico, sobre o qual o mundo físico é construído.
O Dez, um retorno a unidade em termos de totalidade, união da unidade com o vazio (0), percepção de que o zero é contido na Unidade, assim como uma afirmação contem em si sua propria negação. Seria portanto a Grande Obra Completa, pelo menos subjetiva e relativamente, pois sempre surge o 11, implicando em um recomeço de um novo ciclo, embora um degrau acima.
Quarta-feira, 18 de junho de 2008 (noite)
O Poder das Palavras
Prefiro demonstrar o meu amor a dizer “Te Amo”...
Prefiro mostrar o meu trabalho a dizer “sou profissional”.
Prefiro demonstrar a humildade a dizer “sou humilde”.
De que adianta alguém dizer que ama, se depois por nada, acaba por abandonar o parceiro; Palavras ditas sem coração são largadas ao vento. Sonho que não se vive tende ao esquecimento ou á ilusão no pior sentido da palavra.
Antes de dizer o amor, prove-o.
Antes de acreditar no que dizem procure sentir a Vontade nas palavras.
Uma oração dita como se estivesse comprando pão não chega ao divino, sequer sai de sua boca, mesmo que tenham sido pronunciadas. Agora, ditas com o coração chegam além dos limites do universo.
Um ritual executado como se estivesse passeando no parque não surtirá o menor efeito, agora se for executado com entendimento e força pode surpreender até o ritualista.
O amor é a lei, amor sob vontade.
Faça o que quiseres, esse é o todo da lei.
Tudo é permitido. Nada é verdadeiro.
Todo Homem e toda Mulher é uma estrela, com sua direção e rota definidas no universo.
O que está em cima é como o que está em baixo.
Solve Et Coagula.
Seja feita a sua vontade.
Essas são apenas palavras escritas em um papel (em uma tela), que não farão nenhum sentido para um leigo. Mas nas mãos de certas pessoas podem transformar o mundo.
Com isso não estou dizendo em hipótese nenhuma que as palavras não tem poder, apenas que nós é que damos o poder a elas...
Se eu falo satanás, algumas pessoas me dizem, “Cuidado, você pode atraí-lo”...
Mas quando falo satanás, é como se eu dissesse copo, ou papel, ou lápis. Jamais dou o poder que a palavra não tem ao pronunciá-la, dessa forma, Satã nunca vai me atingir, pois não creio em sua existência...
Agora, se um desavisado fala esse nome, e fica com medo por tê-lo pronunciado, mesmo que inconscientemente, sua Vontade vai atrair aquilo, que arquetipicamente ele entende como sendo Satã...
e possivelmente atrairá algo negativo para si mesmo!!!!...
Arcano 14 – A Arte... (Um pouco de alquimia)
Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem
Visita o Interior da Terra, Retifica e Encontrará a Pedra Oculta
São seis as operações no processo de transformação:
A Calcinação, corresponde a cor negra, à destruição das diferenças, à extinção dos desejos e à redução da materia a seu estado primordial. A Putrefação, que separa os elementos calcinados até sua total dissolução; a Solução correspondente à cor branca e à separação dos elementos; a Destilação, sendo o esforço para atingir estados purificados, ou seja sem interferencias, não corrompidos; a Conjunção ou união dos opostos, relativa ao vermelho, e por fim a Sublimação que corresponde ao dourado, ao Sol, à plenitude do ser.
SOLVE ET COAGULA
Algumas Considerações Teológicas
Segundo a bíblia, Deus nos criou a sua imagem e semelhança mas deixando um pouco de lado por enquanto as correlações simbólicas dessa expressão, o que me surge a cabeça nesse instante, de acordo com a interpretação da maioria das religiões a respeito de Deus, é a impressão de que na realidade, o homem criou Deus a sua imagem e semelhança.
O Deus que imagino, como criador, repare bem no termo imagino, não poderia em hipótese alguma possuir características humanas, pois o ser humano por definição é imperfeito, justamente por essas características. Querer imputar esses defeitos a Deus é diminuir seu poder, aliás, poder também é uma característica humana e dual. Deus sendo uma Unidade, não pode apresentar um pólo em separado do outro.
Se Deus pode ser vingativo, como o Jeová do antigo testamento porque eu não poderia. Observe a passagem de Naum cap 1, 2 : “O Senhor é um Deus zeloso e vingador: O Senhor é vingador, e arma-se de furor. O Senhor toma vingança contra os seus adversários, e ira-se contra seus inimigos.” Não devemos seguir o exemplo de Deus? Se vingança e ira são pecados, e Deus se vinga e ira-se, existe algo de muito errado com esse Deus.
Se Deus pode ser egoísta e querer um povo só pra ele, porque eu não poderia ser egoísta e querer as coisas só para mim? Se Deus gosta de ser idolatrado, porque eu também não poderia?
O Deus que vemos nas religiões é extremamente mimado e se irrita facilmente quando não é idolatrado, a ponto de expulsar para o inferno, danação eterna, aqueles que são contrários a ele. Isso me lembra muito o comportamento de Hitler, respeitando as devidas proporções, que também queria ser Deus no sentido de criar uma raça pura exterminando todas aquelas que não fossem arianas. O Deus das religiões também não age assim? Ao expulsar para o inferno eterno aqueles que não o idolatram? È um grande ponto de questionamento!
Por que o Deus que criou os muçulmanos e os cristãos iria lutar contra os muçulmanos em prol dos Cristãos ou vice e versa? Será que existem vários Deuses criadores? Será que o Deus que criou os Hindus e os negros africanos das tribos primitivas não é o mesmo Deus? E os ateus? Sofrerão conseqüências nefastas unicamente por não acreditarem?
Quem está certo ao falar sobre Deus? Os muçulmanos ou os cristãos? Os hindus ou os Chineses? Os africanos ou os mórmons? Esses Deuses são tão diferentes que fica muito difícil considerar qual deles é o verdadeiro e único. Mas a resposta é extremamente simples: Nenhum deles é o verdadeiro Deus pois todos eles foram criados a imagem e semelhança de sua cultura humana. Todos são apenas sombras, imagens holográficas e antropomórficas. Desejo inconsciente de poder e dominação sobre outros povos através de poderes sobrenaturais.
Deus está me parecendo muito pior do que alguns pais humanos.
As igrejas estão lotadas porque ensinam que não somos responsáveis por nossos atos, que quando ocorre algo de bom foi Deus quem proveu e se algo ocorre de ruim foi o Diabo. O único trabalho que o fiel possui é crer. Deus não pede nada além, apenas creia! Peque, mas se você se arrepender de coração é perdoado e está salvo. Bem fácil esse caminho!
Nada contra. A cada um seu caminho. Cada um conhece a estrada por que anda, ou pensa que conhece. Mas se redimir das responsabilidades parece-me um caminho fácil demais. É um caminho vicioso e circular. Tudo é culpa do demônio ou premio de Deus. Porque reconhecer as leis de cause e efeito se o Diabo é sempre o culpado? Ah o Diabo!!!! Grande trabalhador da obra divina. Sem ele, ou melhor, sem o que julgam que é obra dele, o homem jamais seria salvo, para usar um termo comum aos cristãos.
Assim termino esse pequeno ensaio sobre Deus, sabendo que trouxe mais perguntas do que respostas, aliás penso que afirmar algo sobre Deus, limitá-lo em termos humanos é sempre um erro terrível e que pode trazer até mesmo malefícios. Por isso prefiro a denominação simbólica dos qabalistas: Ain Sof!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Sobre as Atribuições Qabalisticas das Letras Hebraicas
A organização das letras hebraicas em ordem numérica é anti-natural, pois a vida é dinâmica e não extática, as palavras só se formam alterando-se a ordem das letras, portanto limitar seu fundamento em inicio, meio e fim simplificaria de forma incompleta seu significado. Se colocamos o Aleph no meio de uma expressão já se descaracteriza seu significado de inicio, mas não seu significado de Principio. Principio, Meio e Finalidade, assim poderíamos representar as letras mães do alfabeto hebraico. O Aleph um principio, uma essência. O Mem um meio, um modo de operação e o Shin uma finalidade, um objetivo. As letras estão soltas no ar, e sua disposição é praticamente randômica, considerando-se é claro, as leis naturais de causa e efeito.
Mas não podemos negar a existência do Alpha e do Omega da criação como inicio e fim, pois o mundo manifesto teve uma origem, um inicio, e terá por conseqüência um fim, pois segue uma lei cíclica natural. Deus sendo o Principio e o Fim não significa que ele esteja limitado nesse espaço-tempo. O mundo manifesto possui em sua essência o Principio Divino, e em sua existência possui uma Finalidade, somos feitos a sua imagem e semelhança, como um espelho distorcido. Embora esse Principio e essa Finalidade sejam desconhecidos para nós seres humanos de limitada percepção.
O limitado é incapaz de perceber o ilimitado.
(Aere Perennius)
Quarta-Feira, 11 de Junho de 2008 (Manhã)