sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Será que realmente despertamos quando abrimos os olhos ao amanhecer?
Para nós, seres humanos que vivemos no mundo das quatro dimensões do espaço/tempo, essa realidade é um fato indiscutível. Abrimos os olhos e vemos o mundo a nossa volta, ligamos o radio e ouvimos as ultimas noticias, levantamos da cama e sentimos os pés tocarem o chão, respiramos fundo e sentimos o cheirinho do café fresquinho vindo da cozinha, escovamos os dentes e sentimos o sabor refrescante de menta da pasta de dentes. Estamos presos às informações de nossos sentidos físicos. Mas será que nisso reside tudo?
Se você alguma vez já se questionou a esse respeito, significa que não está satisfeito com as respostas dadas pelos sentidos. Por mais que confiemos neles, sempre nos resta aquela duvida, basta fazer um daqueles pequenos testes de ilusão de ótica que encontramos na internet pra perceber o quão falho é nosso sistema sensorial...

As vezes demoramos a perceber certas coisas que estão a frente de nossos narizes. Por que? Por causa de nosso ponto de referencia. Nossa atenção filtra certas coisas que não nos interessa naquele momento de tal modo que nos tornamos cegos para elas. Não vermos algo não significa que não exista. E se vemos algo, ele existe pois o criamos, esse algo existe somente para mim e para aqueles que estão dispostos a vê-lo. O que acontece é que na “realidade relativa” em que estamos todos imersos, estamos todos dispostos a perceber as coisas da mesma forma.

Isso me leva a pensar que, poderia haver uma outra realidade alem dessa em que vivemos? E eu me respondo: Sim. Mas como seria essa outra realidade, ou melhor, como seriam essas outras realidades? Não sei, mas posso imaginar... Mas imaginar não me responde as perguntas. Seria necessário ao ser humano o desenvolvimento de um novo modo sensorial, a fim de perceber outras ”realidades”.

“...o olho do homem dos sentidos está profundamente fechado para a base absoluta de tudo que é verdadeiro e de tudo que é transcendental. E mesmo a razão que hoje queremos elevar ao trono como legisladora é tão somente a razão dos sentidos, cuja luz difere da luz transcendental como a chama da madeira apodrecida difere da luz do sol.
A verdade absoluta não existe para o homem dos sentidos, mas unicamente para o homem interior e espiritual, que possui um sensorium próprio; ou, para dizer de maneira mais clara, que possui um sentido interior para perceber a verdade absoluta do mundo transcendental...
Esse sentido interior do homem espiritual, esse sensorium de um mundo metafísico, infelizmente ainda não é conhecido por aqueles que estão fora...
Mas como poderia ser de outro modo? Para ver é preciso ter olhos; para ouvir, ouvidos. Todo objeto sensível requer o seu sentido. Assim é que o objeto transcendental também requer o seu sensorium, e este sensorium está fechado na maioria dos homens...”

Karl Von ECKARTSHAUSEN, no livro Nuvem Sobre o Santuario*

Falando por mim, estou longe de ter desenvolvido tal sensorium, mas ao menos vislumbro a possibilidade de sua existência. A deusa Maya, ou seja, o “universo material” a “Mãe da Criação” ou ainda pros íntimos simplesmente ilusão vai ser cultuada ainda por muito tempo.

Aere Perennius








* Editora Diffusion Rosicrucienne

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