quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sobre as Atribuições Qabalisticas das Letras Hebraicas

Creio que considerar a letra hebraica Tau como uma das letras mães, tal como faz Saint Yves D’alveidre em seu livro “O Arqueômetro”, seja um pouco simplista, pois levaria em consideração apenas o conceito de inicio e fim, sendo que os atributos das letras mães do alfabeto hebraico são formativos. O Alef representa o sopro divino, a energia vital primordial, o Mem a vida em sua formação e o Shin a própria quintessência divina, a lei da triangulo ou a trindade conforme o simbolismo oculto das religiões em voga, a energia do fogo.
A organização das letras hebraicas em ordem numérica é anti-natural, pois a vida é dinâmica e não extática, as palavras só se formam alterando-se a ordem das letras, portanto limitar seu fundamento em inicio, meio e fim simplificaria de forma incompleta seu significado. Se colocamos o Aleph no meio de uma expressão já se descaracteriza seu significado de inicio, mas não seu significado de Principio. Principio, Meio e Finalidade, assim poderíamos representar as letras mães do alfabeto hebraico. O Aleph um principio, uma essência. O Mem um meio, um modo de operação e o Shin uma finalidade, um objetivo. As letras estão soltas no ar, e sua disposição é praticamente randômica, considerando-se é claro, as leis naturais de causa e efeito.
Mas não podemos negar a existência do Alpha e do Omega da criação como inicio e fim, pois o mundo manifesto teve uma origem, um inicio, e terá por conseqüência um fim, pois segue uma lei cíclica natural. Deus sendo o Principio e o Fim não significa que ele esteja limitado nesse espaço-tempo. O mundo manifesto possui em sua essência o Principio Divino, e em sua existência possui uma Finalidade, somos feitos a sua imagem e semelhança, como um espelho distorcido. Embora esse Principio e essa Finalidade sejam desconhecidos para nós seres humanos de limitada percepção.

O limitado é incapaz de perceber o ilimitado.

(Aere Perennius)

Quarta-Feira, 11 de Junho de 2008 (Manhã)

religião e Ciencia

A Religião termina onde começa a ciência, mas no exato ponto de intercessão entre eles, existe um buraco de minhoca. Um elo perdido, cujo conhecimento explicaria muito para os materialistas ferrenhos e para os religiosos de fé cega.

(Aere Perennius)

Segunda-Feira, 9 de Junho de 2008

Conteúdo e Forma (Um Breve Comentário)

Os líquidos em geral, assumem a forma de seu recipiente, e é um fato óbvio que sua essência química não se altera devido à forma deste. Não é por estar em uma taça de cristal que a água do esgoto seria pura e saudável, ou no caso inverso, um copo de plástico não altera a qualidade do vinho, embora os puristas afirmem que a sensação do sabor do vinho se altera de acordo com o material do copo, o que no caso do plástico é bem justificável, pois este possui uma sensação gustativa que ao misturar-se ao vinho alteraria a sensação do paladar. Mas isso é apenas questão de percepção. Para que se possa perceber o puro sabor do vinho, é necessário que este esteja em um recipiente neutro.
Algumas vezes, os líquidos podem absorver partículas contidas em seu recipiente, porém não necessariamente se altera sua essência, uma hipótese para isto seria a reatividade química entre as partículas do sistema, o que alteraria parcialmente sua estrutura molecular.
Da mesma forma que os líquidos, a essência do homem não se altera por estar temporariamente habitando um corpo, que seja gordo, magro, de raça branca ou negra, O corpo do homem a ferramenta de trabalho de sua alma, e de acordo com oi modo que essa ferramenta é utilizada, pode conduzir a uma purificação gradual dessa essência. Da mesma forma que a água do esgoto pode sofrer processos e se tornar pura e cristalina novamente.
A existência do corpo não seria essencial para a existência da alma, pelo menos não no sentido do simplesmente existir, mas se torna essencial no sentido de evolução.
É com o corpo físico que o homem encontra os meios para se realizarem todos processos para a decantação de sua alma. Alguns alquimistas perceberam isso em suas pesquisas e simbolizaram essa transformação com a pedra filosofal.

Transformar chumbo em ouro é transformar a essência do homem. Purificá-lo de tal modo a tornar o corpo sem função.

(Aere Perennius)

Sábado, Maio de 2008 às 9:30 (No Ônibus)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Considerações a respeito de percepção e desenvolvimento da consciência.

A autoconsciência é a faculdade que diferencia o ser humano dos outros animais, pois segundo Richard Bucke, no livro “Consciência Cósmica”, ela torna o homem não só “consciente de árvores, rochas, águas, seus braços, suas pernas e seu corpo”, mas também “consciente dele próprio como entidade distinta, separada do resto do universo”. Além de permitir a distinção entre o certo e o errado, o bem e o mal, mesmo que de forma relativa e cultural. Consciência significa portanto, com conhecimento, ou seja, entendimento a respeito de si próprio e das condições que o cercam.
Mas existem níveis diferenciados de desenvolvimento dessa consciência, que se dá através da observação, ou seja, da percepção dos sentidos. Através do que ouvimos, vemos, tocamos, cheiramos e saboreamos, podemos analisar, interpretar, e chegar a conclusões, que podem ser variáveis de acordo com os diversos graus de desenvolvimento de consciência. Pessoas diferentes podem passar por situações idênticas e não necessariamente chegar às mesmas conclusões.
A observação é uma característica que compartilhamos com toda espécie vivente, que possua mesmo um aparelho sensorial bem simplificado, como os insetos, por exemplo. A diferença entre o homem e as outras espécies, com relação à observação é o modo de reação. Nos animais chamados irracionais, essa reação é instintiva, ou seja, respeita o impulso natural de cada espécie. Exemplificando, um predador que espreita sua caça espera o melhor momento para “dar o bote”, mas diferente do ser humano, ele não racionaliza esse movimento, quando sua percepção determinar a proximidade da caça, imediatamente ele ataca. Essas sensações observativas, são ligadas diretamente aos sentidos físicos, que são transmitidas ao organismo, que registra no código genético e as transmite de geração para geração. Isso explica porque os pássaros sempre migram no inverno para um local mais quente e os pingüins procuram um local distante mas seguro para sua reprodução.
O homem desenvolveu a autoconsciência através de milênios de evolução, mas como esse é um processo gradativo, cada individuo, de acordo com seu grau evolutivo pode interpretar de formas diferentes e cada vez mais complexas as observações dos órgãos sensitivos.
Observando a natureza, o homem via que por períodos cíclicos e determinados, havia uma variação entre a claridade e a escuridão. Nos primórdios da consciência, ele entenderia que alguma espécie de divindade ou demônio, de modo mágico e misterioso roubaria a luz no período que chamou noite e a devolveria no outro período, o dia. Isso o aterrorizaria, até ele perceber que podia aproveitar a luz do dia para trabalhar em seus trabalhos de caça e pesca, e escuridão da noite para descansar e recuperar as energias.
Então ele percebeu que haviam coisas luminosas no céu, que no principio assustavam-no, pois ele não conseguia entender de que modo elas se sustentavam no ar, passando a considerá-las divinas, dando nomes e poderes a elas, tais com o Sol, a lua e as estrelas. Para justificar o modo como esses “deuses” permaneceriam sem cair, surgiu a ideia de que existiriam niveis esfericos que circundariam a Terra e manteriam esses astros. Cada um desses niveis fisicos girariam em torno da Terra com diferentes velocidades, dessa observação ele percebeu que o Sol girava em torno da Terra. Isso era nuito óbvio, pois ele não sentia a Terra se mover. Sua simples percepção limitava a interpretação dos fatos. Criaram-se leis e filosofias em função dessa observação, dogmas inquebrantáveis assumidos pelas crenças religiosas que viam interesse em manter os padrões estabelecidos.
Mas o homem sempre observa, e ao prestar atenção mais profundamente, percebeu que o movimento dos astros era um pouco diferente do que se imaginava e descreveu-o de outra forma, Copernico por exemplo, desenvolveu a idéia de que era a terra que girava em torno do Sol.
Galileo Galilei ampliando essa idéia representou através de métodos matematicos o tipo de movimento que era executado pelos astros celestes. Essa idéia ia contra a postura conservadora aceita e implantada pelos circulos religiosos dominantes da época, cuja percepção encontrava-se ainda limitada pela cegueira imposta pelos dogmas, pela fé cega. Então, em conformidade com os ideais da época, condenou-se uma das consciencias mais avançadas à morte. Ele só conseguiu sobreviver pois desmentiu em publico suas teorias, mesmo sabendo que elas eram corretas.
Como os fatos sempre são mais consistentes do que as suposições, a humanidade teve que dar a mão à palmatória, pois as se ampliarem os modos de utilização de seus sentidos através de poderosos instrumentos como lunetas e microscópios, ampliou-se também seus métodos de observação, acumulando mais informações, melhorando suas interpretações dos fenomenos naturais, ampliando portanto seu grau de consciencia, ou seja entendimento.
Tornou-se fato inquestionavel que é a terra que gira em torno do Sol, e não o contrário, e que a lua gira em torno da Terra, em periodos ciclicos que ele jah conhecia. Mas o desenvolvimento da consciencia não pararia aí. Isaac Newton percebeu que certas leis mantinham as coisas em equilibrio e determinando essas leis, sempre através da observação de fenomenos naturais, descobriu a lei da gravidade que explica o modo como os astros celestes se mantém em movimento.
Em seguida Albert Einsten, utilizando-se de metodos bem diferentes de observação, pois ele não mais olhava para o movimento e a forma das coisas para chegar as conclusões. Ele imaginava situações hipotéticas e, dessa forma, desenvolvendo um resultado teórico, formulava suas concepções. Assim ele descobriua s teorias da relatividade geral e restrita, entre outras que revolucionaram o meio academico e o campo da ciencia, ajudando a ampliar mais ainda os graus de consciencia d a humanidade. Pois a evolução além de individual também é coletiva.
Com o continuo avanço da tecnologia e a ampliação dos métodos de observação, descobriu-se os quanta de energia, ou seja, criou-se a teoria quantica. Porém, o comportamento desses quanta não respeita as leis natutrais da fisica Newtoniana, e a consciencia do homem ainda não adquiriu suficiente grau para a interpretação desses fenomenos, ele vem desenvolvendo teorias ás vezes complementares, outras vezes discordantes, não formando um consenso geral a respeito das diversas teorias explicativas de tais eventos. Existe unicamente um consenso estatistico e de catalogação dos dados experimentais.
Entre as diversas escolas da fisica quantica podemos citar:

a) A interpretação de Copenhague, onde é dito que “não existe nenhuma realidade profunda”, ou seja, segundo essa interpretação o mundo que vemos em torno de nós é suficientemente real, mas flutua mum mundo que não é real.

b) A interrpretação de Copenhague (Parte 2), A realidade é criada pela observação.

c) A realidade é um todo indiviso, “Somos conduzidos a uma nova noção de inteireza continua que nega a possibilidade de uma analise clássica do mundo, através de sua divisão em partes isoladas e independentes... A indivisível interconectibilidade quântica de todo o universo constitui a realidade fundamental. ( David Bohn)

d) A realidade consiste de um numero sempre crescente de universos paralelos.

e) A lógica quântica, O mundo obedece a um tipo de raciocínio não humano.

f) Neo-Realismo, O mundo é constituído de objetos comuns.

g) A consciência cria a realidade.

h) O mundo duplo de Werner Heinsenberg, “O mundo eh duplo, consistindo de potencialidades e realidades.


O desenvolvimento do conhecimento dos numeros e das formulas matemáticas possibilitou ao homem transcender certos conceitos, como o das dimensões espaciais. Resumidamente, podemos considerar o teorema de pitágoras, que representa no triangulo retangulo a definição de que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. Essa formula tem sua razão no plano bidimensional, ou seja: h2 = a2 + b2.
No plano das tres dimensões, se considerarmos o cubo, podemos determinar que a soma dos quadrados dos lados contíguos do cubo é igual ao quadrado da diagonal, ou seja: d2= a2+b2+c2. Por extensão, consideremos a possibilidade de um plano de quatro dimensões, onde por falta de órgãos sensitivos, simplesmente não percebemos essa hiperdimensão. Existiria um hipercubo, cuja soma dos quadrados dos hiperlados contiguos seria igual ao quadrado da hipotenusa, dessa forma: hd2= a2+b2+c2+d2, e assim sucessivamente.
É muito facil explicar porque não percebemos essa hiperdimensão. Em uma definição antiga de imaginemos um pais bidimensional, onde vive um ser consciente de si e de seu mundo. Tudo para ele seria plano e linear e desenvolveria leis que explicariam o fato das coisas serem desse modo. Ele mesmo não perceberia que é plano. Um simples quadrado desenhado em seu mundo plano, seria como uma prisão, caso ele estivesse dentro. O único modo de sair seria apagando a linha, pois a hipótese de pula-la simplesmente não existiria,pois ele estaria circunscrito e limitado a este plano. Seu grau de percepção seria incapaz de perceber isso.
Isso parece desenho animado, e sem nenhum senso de realidade. Não existem seres pensantes em uma folha de papel. Mas ampliemos esse conceito para nosso plano de tres dimensões fisicas. Tal e qual o ser do plano bidimensional, estamos presos nos limites da altura, largura e profundidade, pois nossos orgãos sensoriais se desenvolveram de acordo com as necessidades impostas pelo mundo tridimensional.
De que forma poderiamos constatar esse fato? Até agora são apenas conjecturas e teorias, mas não podemos esquecer que a raça humana é sempre privilegiada pela existencia de seres humanos que surgem, de tempos em tempos, com um grau de percepção mais avançado que a maioria, e através de suas experiencias ajudam o resto da humanidade a ampliar os metodos de percepção. No plano da ciencia citei Copernico, Galileu Galilei, Newton e Einsten. No plano espiritual posso citar grandes avatares e homens iluminados que ao seu tempo e ao seu modo possuiam ummodo superior de percepção. Esses homens descrevem para nós suas interpretações, sempre limtadas, pois a linguagem é o resultado da interação dos sentidos fisicos, e desenvolve-se gradualmente, tal e qual a consciencia, conforme o surgimento de novas idéias e conhecimentos. Por isso o modo de transmissão dessa percepção pode se tornar mistica, simbólica e até mesmo distorcida, dependendo da interpretação linguistica a que o homem atribui, sempre de acordo com seu grau de entendimento.
Entre esses iluminados, posso citar o faraó Akhenaton, que foi injustiçado em sua época, por tentar mudar radicalmente o modo de ser do povo egipcio, Moisés que foi um guia politico e espiritual do povo Hebreu que se encontrava perdido e sem teraa. Buda que atingiu a iluminação, ou seja, a percepção de uma outra realidade. Jesus Cristo, que com sua mensagem de amor tentou trazer essa percepção para a humanidade, que por não estar preparada, tornou material seu ensinamento espiritual, transformou em igreja fisica o que deveria ser a igreja interior e invisivel. São Francisco de Assis, Jacob Boheme e Louis Claude de Saint Martin , cada um a seu modo, trilharam uma via de reintegração do homem de desejo com sua origem divina antes da queda. Alan Kardec e Chico Xavier, um com sua sensibilidade cientifica de organizador, e o outro com sua sensibilidade espiritual, trouxeram muita luz sobre o mundo. Madre Tereza de Calcutá e Gandhi com seu desapego material e muito amor universal, dedicaram sua vida em função da humanidade.
Alguns Rishis indianos, que através de árduo trabalho de meditação e concentração, conseguem atingir o que eles chamam de Nirvana, descobrindo um outro estado que seria o natural para o ser humano. Outros tentam, também através da linguagem limitada, transmitir suas descobertas, diametralmente opostas ao mundo tridimensional, da manmifestação dos fenomenos materiais, trabalhando inclusive com a descrição de paradoxos inimaginaveis, basta dar uma rapida olhada no Tao Te King de Lao Tsé.
Acredito portanto, que o proximo passo para a evolução da humanidade é a ampliação da consciencia, através do desenvolvimento sutil de órgãos de percepção imateriais.

Segunda – Feira, 12 de maio de 2008 10:00 (No onibus indo para o trabalho)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um estudo sobre uma possivel unificação das Religiões(Aere Perennius)

Ontem fui abordado no ponto de ônibus por dois senhores testemunhas de Jeová, que vieram me interrogar a respeito de um desenho em um de seus folhetos, perguntaram-me se aquela gravura trazia em si a idéia de paz e felicidade. Respondi afirmativamente, então um deles leu um versículo do apocalipse, onde se afirma que na Terra haverá esse dia, onde se suplantará a morte, foi quando eu disse a ele que não acreditava na morte, e percebi que ele ouviu atentamente a minha explanação, a respeito da minha crença na reencarnação, onde eu disse a ele que nos é dada uma só vida, conforme escrito na Biblia, e que essa vida é perpetuada em diversas existencias, até que estejamos aptos para entender a presença de Deus.
Surpreendentemente ele não me cortou enquanto eu falava, um comportamento diferente de outros evangélicos que eu já havia conversado. Mas o que me chamou mais a atenção foi que ele comentou que existem no mundo mais de 200 religiões. Então expliquei a ele que esse era um dos motivos por que eu não possuo nenhuma religião. Ele olhou-me pasmo e continuei, disse-lhe que eu era um estudante rosacruz e que essa ao invés de ser uma religião, no contexto doutrinário, é uma escola filosófica de estudo, onde não se prende a dogmas, mas estimula questionamentos e pesquisa. Ele concordou comigo que pesquisa e estudo são fundamentais mas não continuamos a conversa pois meu ônibus chegou.
Hoje muitas idéias me surgem a respeito desse assunto. Penso que um dos maiores problemas da humanidade é justamente esse, a diversidade de religiões. Essa diversidade se explica justamente pela diversidade de pensamentos, mas creio que pode-se conviver em paz, mesmo com ideais diferentes. Conforme disse ao homem, procuro encontrar Deus em todas as religiões e consigo sem nenhuma dificuldade, mas não tive tempo de mostrar a ele onde seria esse possivel encontro. Considerar pontos em comum sem valorizar as divergencias.
Por exemplo, perde-se tempo com discussões inúteis a respeita da divindade de Jesus, o Cristo. Qual a verdadeira relevancia desse tema que só serve para separar os cristãos? O cristianismo se baseia no ensinamento do Crsito e não em sua pessoa. Não importa quem disse, e sim o que foi dito. Sua mensagem de amor ao próximo, seu discurso da bem-aventurança, os significados intrinsecos em suas parábolas, etc. Isso é comum a todas as religões. São arquétipos universais. O resto é discordia, portanto discussão inútil.
E sobre os livros sagrados, o que dizer deles? Todos foram escritos pelas mãos do homem, mesmo os “inspirados” por Deus, mesmo os psicografados por espiritos, todos são passiveis de erro,por mais que sejam considerados sagrados devem ser lidos e estudados de modo comparativo.
A Biblia, por exemplo, basta considerar a história para perceber que seu texto foi muito alterado, algumas das vezes propositadamente, em função de objetivos excusos, como forma de manipulação da grande massa. Mas na maioria das vezes, simplesmente as ambiguidades nos significados das palavras, ou traduções e interpretações que não consideram os significados das palavras pertinentes a época em que foram escritas podem gerar discordias. Isso ocorre com qualquer escrito que seja milenar, principalmente aqueles cuja origem é o ensinamento oral, o tempo se encarrega de acrescentar e retirar itens.
A religião universal seria aquela que concordaria com todos os textos sagrados, e isso poderia se basear em apenas poucas frases. Confucio diria “não faça ao outro aquilo que não desejaria que fizessem a você”, e Jesus diria “Ame ao próximo como a si mesmo”. Estes são lemas concordantes e complementares. Se pesquisarmos a fundo, veremos essa idéia na maioria das religiões. O espiritismo de Kardec diz que “fora da caridade não há salvação”, parafraseando o catolicismo que diz que “fora da igreja não há salvação”. O primeiro está em concordancia com os lemas originais de cristo e confucio, o segundo discorda em geral, podendo portanto ser descartado.
Deus não possui religião, pois ele está em todas elas. Um dos mandamentos diz para amar a Deus sobre todas as coisas, justamente porque ele está sobre todas as coisas, tanto dentro quanto fora. Se devemos amar ao proximo como a nós mesmos é porque Deus está tanto no próximo quanto em nós mesmos. Como se diz nos circulos esotéricos, Namastê. O Deus que está em mim saúda o Deus que está em você.
Pesquisando por este caminho, encontraremos seguramente uma rota segura, capaz de unir povos, raças e nações. Não digo que as pessoas devam abdicar de suas crenças, mas sim valorizar os pontos em comum. O católico e o evangélico podem muito bem continuar crendo em um Deus Pai, Filho e Espirito Santo, desde que aceitem os pontos em comum, ou seja as leis de caridade e amor.
Se os templos religiosos e igrejas fossem usados pelos sacerdotes, pastores e hierofantes em geral para passar essa mensagem não haveria motivos para discussões em vão e desentendimentos, e o crescimento espiritual da humanidade avançaria sempre e coletivamente. Oremos ao Deus de nosso coração, não ao Deus que guia um povo escolhido, pois a propria escolha descaracteriza a essencia divina. Oremos ao Deus que guia a humanidade, não àquele que se encontra única e exclusivamente dentro do templo e seu nome só pode ser pronunciado pelo sacerdote da vez.
Unamo-nos em invocação ao Deus Universal, Oh homens de todas as religiões.


Possiveis Pontos de Convergencia

Consideremos agora os pensamentos unidos nos pontos básicos que unem todas as religiões. Conforme conhecemos a personalidade do ser humano, ele sempre tende a impor a sua idéia em detrimento de outrem, por isso inevitavelmente surgiria um impasse sobre o lema de união. Qual frase expressaria melhor o tema. Haveriam grupos debatendo, criar-se-iam “concilios deliberativos” para se definir isso, e novamente não se perceberia que continuariam discutindo o sexo dos anjos. Nenhum lema é maior que a ideia que ele encerra. Toda palavra é imperfeita para definir significados, portanto sempre haverá impasses mesmo nas ideias em comum. Que o lema então não seja uma frase. Que não haja lema e sim uma ideia arquetipica:


AMOR

Mas como entender essa ideia? Existem milhares de tratados a respeito do amor. Diversas catalogações em diferentes niveis. Amor filial, amor erótico, amor universal,... Como sujestão, que sirva para meditação, englobando tudo, uma outra palavra completa seu significado:

ENTREGA

Portanto:

AMOR = ENTREGA

Quando se ama algo ou alguem a entrega é natural. Uma mãe entrega sua vida pela do filho. Os amantes se entregam de corpo, um sacerdote se entrega a sua religião, um missionário se entrega a sua missão. O avarento milionário se entrega ao dinheiro. Quando a entrega é verdadeira e completa podemos considerar o amor em sua totalidade. Agora é erroneo, segundo penso, considerar amor aquele sentimento que nos faz gostar de alguem e simplesmente querer estar proximos a ele, que nos faz querer ser dono dessa pessoa. Em um relacionamento, deveria-se substuir o “minha mulher, meu marido”, por “meu companheiro/a”. Esse sentimento de posse não é amor pois incentiva o egoísmo que é o opsto de entrega.
Portanto para simplificar a ideia, define-se o nivel de amor, segundo o nivel de entrega, e que essa entrega seja natural e espontanea.

Existe outro aspecto importante que é o livre arbitrio. Existe livre escolha ou pre determinação de um destino? Isso também pode trazer muita discussão, há não ser que consigamos unir as duas ideias. Parece uma tarefa impossivel, mas uma simples analise das leis naturais permitirão entender bem esse conceito.

“Para toda ação existe uma reação igual e contrária a força aplicada”

O livre arbítrio nos permite escolher a ação, e o destino é a reação igual e contraria. Falando desse modo simplificado parece absurdo, mas é complexamente simples assim. Ao cavar um buraco a terra precisa ir para algum lugar, mas existem milhares de hipóteses para o destino dessa terra. Quem vai determiná-lo? A pessoa que cavou? A pessoa que mandou cavar? Isso não importa. O que importa nesse caso é que para algum lugar essa terra tem que ir. Simplesmente não pode desaparecer. Se houver necessidade, podemos apurar a fundo e descobrir, por exemplo, que o homem que cavou o buraco, foi pago para fazer isso por uma empreiterira que precisava construir uma piscina naquele quintal. Ele colocou a terra em um caminhão e levou-a para a fabricação de argamassa que será usada em alguma outra construção. O livre arbitrio determinou o destino da areia.
O homem é livre para tomar a atitude que quiser, mas será sempre responsável por seus atos e sofrerá as consequências dele, seja imediatamente ou não. Um homem realmente bom de coração, que se entrega para a humanidade será recompensado por isso. Às vezes as coisas podem não parecer funcionar desse modo, pensamos que coisas ruins acontecem conosco e que não fizemos nada para merecer, que é um castigo injusto, um destino implacavelmente cruel, mas devo dizer que os meios podem parecer injustos, apenas porque ainda não temos uma boa percepção do todo, pois se todas as religiões ensinarem que Deus é amor e justiça, algo nos será ensinado disso. Quantas vezes não passamos por uma situação que nos parece ruim e logo em seguida percebemos que foi uma libertação. Perde-se um emprego estável para, às vezes se montar um negócio lucrativo e conseguir independencia economica.
Nossa liberdade de escolha determina nosso destino. Como? Com a aplicação da vontade.
Outra palavra que se ligada a palavra amor nos conduz:

AMOR = VONTADE

Apliquemos a força chamada vontade com amor, ou seja entrega e podemos controlar nosso destino. Agora se nossa vontade é fraca, ou controlada pelos instintos inconsequentes, inevitavelmente nós seremos controlados por nosso destino.
Aleister Crowley, um controverso mago do século passado cunhou uma frase que tem sido mal interpretada pelo não entendimento dessas leis naturais:

“Faça o que quiseres, esse eh o todo da lei.”
“Amor é a lei. Amor sob vontade.”

Ao aplicarmos nossa vontade sob a lei do amor universal, jamais poderemos errar em nossas escolhas e o destino estará sempre a nosso favor.

Todas as religiões ensinam o amor universal, ou pelo menos deveriam.

Outro aspecto que causa divergencia entre as religiões é a filosofia da reencarnação. É imprescindivel acreditar em reencarnação para se beneficiar da religião universal? Não acreditar em reencarnação pode impedir a unificação das religiões?

Digo um veemente não como resposta a essas duas perguntas. Não é imprescindivel acreditar em reencarnação, portanto isso não pode impedir a unificação das religiões.
Cada grupo está de acordo com sua verdade relativa, que se for baseada na receita do amor universal não tem como serem incompativeis. Se vamos ser salvos no dia do Juizo final ou depois de milhares de encarnações. Se vamos atingir a iluminação ou chegar ao céu, todas essas ideias são aplicações da lei do amor. Aplicar esta lei traz as respostas. Que não se perca tempo em debates inúteis e sim ensinando o que é o amor, a parte comum a todas as religiões.
Posso gastar tranquilamente dezenas, até centenas de páginas justificando porque para mim, o amor de Deus só se justifica pelas leis ciclicas da reencarnação, da lei da conservação de energia, mas essa é a minha opinião pessoal do modo de aplicação da lei do amor. Mas se o amor for aplicado, a longo prazo, não haverá necessidade de encarnações. Aplicar o amor significa unir as crenças.


O que poderia ser feito para efetivamente unificar as religiões?

Como primeira ideia, reunir em um verdadeiro concilio, representantes técnicos de todas as religiões dispostas a fazer um estudo. Devem estar todos unidos com a ideia e a vontade de somente definir os pontos em comum. Seria um trabalho de pesquisa e não a determinação de novos dogmas e rituais. Não seria a criação de uma nova religião, nem seria eleito um novo Papa mundial ou algo parecido. Ninguém deverá tentar impor ideias que não forem comuns a todas as religiões. Descartam-se dogmas de anjos, teorias reencarnacionistas, imagens de divindades, qualquer tópico que venha dividir opiniões. O único objetivo é definir os pontos em comum, mesmo que só haja um.
Ao final, a pesquisa deverá ser assinada por todos os representantes em ordem alfabética, como um documento oficial, que será enviado para todas as sedes religiosas. De acordo com o resultado dessa pesquisa, os grupos religiosos podem reorganizar suas bases para priorizar os ensinamentos das ideias em comum, sem necessidade de mudar seus métodos ou dogmas.
Para convocar os representantes das religiões deve ser feita uma grande campanha publicitária, explicando os motivos e necessidades dessa pesquisa, para que voluntariamente as religiões escolham e enviem seus representantes.

Seria um excelente primeiro passo.

Como regra os trabalhos deveriam ser iniciados e terminados por uma oração dirigida única e exclusivamente ao Deus do coração de cada um. Pode-se combinar que cada um a seu modo dirija seus pensamentos para o bom andamento dos trabalhos, ou se houver consenso, pode-se escolher um representante por vez para abrir e fechar os trabalhos a seu modo, como forma de compartilhar as diferentes culturas religiosas. Posso dizer que já participei de grupos de oração de diversas religiões e nunca me senti constrangido e sempre uni meus pensamentos aos deles em suas invocações que sempre eram positivas.